Experiente canoísta competirá de Surfski, se espelhando em ícones como Fabio Paiva, Sebastian Cuattrin e Guto Campos.
Texto FMA Notíticias, adaptado por Jefferson Sestaro
Remar para ele, é mais do que um esporte, é um estilo de vida. Mas isso não quer dizer que quando entrar numa competição, quer apenas se divertir, participar. Pelo contrário, o objetivo é sempre buscar a vitória. Um dos pioneiros na canoa Va’a no Brasil, Celso Filetti vem se dedicando há alguns anos para o surfski e neste sábado (30) busca uma nova conquista internacional no Sul-americano de Canoagem Oceânica, em Ilhabela, no litoral norte de SP.
Inspirado em três ícones da modalidade, o experiente canoísta quer ser o melhor da América do Sul em sua faixa etária. Perto de completar 53 anos, o médico-veterinário demonstra muita animação, vontade e confiança para completar bem os 20 km de percurso, com largada e chegada na Praia do Perequê. “Não tem disputa fácil no surfski, porque tem muita gente das antigas, da velocidade, atletas olímpicos do k1, k2, k4”, argumenta.
- Celso Filetti
- Guto Campos e Celso Filetti
“Me espelho no Fábio Paiva, com a leitura de mar e aproveitar a energia e força, no Guto Campos pela técnica e no Sebastian Cuattrin, pela força, explosão. Peguei as coisas boas de cada um deles”, comenta o atleta, referindo-se à Fábio Paiva, 15 vezes campeão brasileiro de canoagem e entusiasta das canoas Va’a e os olímpicos Guto Campos e Sebastian Cuattrin.
Além dos três amigos da canoagem, Filetti tem em sua preparação outras duas referências, com muita vivência no esporte, com aulas com Fred Longhin e a participação numa clínica de surfski com o sul-africano Jasper Mocke. “Um dos melhores do Mundo. Formei o Quinteto Fantástico para me preparar”, brinca.
Ele conta que nos últimos anos vem se dedicando mais ao surfski, que é mais veloz, garante mais emoção. Outra vantagem é a divisão por idade nas disputas. “De uns três anos para cá, comecei a remar mais surfski do que canoa Va’a. Na canoagem oceânica as categorias são de cinco em cinco anos. Vou competir na minha faixa etária, 50 a 55 anos”, fala.
“Vou competir por prazer, remar com coração. Fazer uma prova feliz, mas vou dar 100%, largar bem, manter bem e chegar bem. Vou para pegar primeiro lugar na minha categoria. O importante é chegar inteiro”, destaca.
Filetti ressalta a expectativa para uma grande prova em Ilhabela. “Acredito que será um divisor de águas, uma disputa que ficará na história, com mais de 100 surfskis”, afirma o canoísta. “Já tenho uma convocação na minha categoria para o Mundial de Hong Kong esse ano, mas não sei se conseguirei ir, por trabalho, por isso, o foco é todo no Sul-americano”, explica.”
“Vou tranquilo. Lógico que tem a adrenalina. Se não tiver aquele friozinho na barriga é sinal de que não tem mais graça e mudo de esporte”, diz. “Eu gosto de remar, tenho prazer em remar. É uma terapia, um estilo de vida. É onde descarrego a minha tensão. É um momento meu com a natureza, com Deus. Em comunhão”, complementa.
Além da individual, Filetti voltará ao mar no domingo, desta vez nas duplas, com o amigo e companheiro diário de treinos, Marcos Lopes, 48 anos. “Somos rivais nas provas individuais, mas amigos. Ele me ensina bastante. Às vezes eu ganho, às vezes é ele. É uma dupla legal”, relaciona Filetti. “Tenho ido bem nas provas e espero bons resultados de novo. É bacana ganhar dos mais novos. Vou fazer 53 anos, mas na minha cabeça acho que tenho 37, 38 anos”, completa.